domingo, 28 de novembro de 2010
Felicidade é borboleta à solta
As borboletas de Raquel
Ora vejam, que apalermada! Escapuliu-me um poema... Deixei que batesse asas como uma borboletinha Borboletas são como anjos E anjos são poesia Estão aqui em algum lugar Anjos são rarefeitos Raros e perfeitos como idéias e palavras Luminescência sutil difícil de enxergar Mas voam...
Voam mas...
Voltam... E quando enfim retornarem estarei bem mais esperta Capturarei sem alanhar borboletas e poesias no céu
feito criança a brincar Transcenderei e transformarei poemas
em anjos de papel...
Rossana Masiero
As borboletas não são como antes
As borboletas não são como antes...
Em minha janela, vejo lindas borboletas amarelas
Pássaros cantando pela manhã
Mas noto algo singular:
As borboletas não são com antes...
Onde estão, as borboletas de meu passado?
Que ao abrir a janela, pousavam...
Não existem muitas, mais...
Parece que o mundo se encarregou de arrebatá-las...
Ah! Como era lindo, olhar todo aquele colorido!
Como era doce, o balançar de suas asas!
Lindas, lindas borboletas do meu passado...
Será que o ser humano, tem culpa de seu sumiço?
Creio que não.
As borboletas acharam que é difícil viver
Em um mundo de tanta ingratidão!
Suaves borboletas
Suaves lembranças
De um época que não volta mais...
Fátima Abreu
Onde estão as borboletas azuis?
O dia hoje está uma maravilha e, aqui de minha casa, eu olho para a lagoa que tem as águas luminosas pelo sol de maio que há pouco nascera. É uma manhã de glória como dizem os poetas, e para gozá-la, saio a passear.
Nada nesta cidade se parece mais com um recanto de romance que esta lagoa mansa, sem rumores de ondas, quieta, sem arrogâncias de águas raivosas. Tudo por aqui é como se fosse domado pela mão do homem, lagoa doméstica que, pela sabedoria sanitária do Saturnino de Brito, se transformara, de foco de mosquitos e de febres, em esplendor de beleza, capaz de em planos de bom urbanista ser o orgulho de uma cidade. Mas, mal o cronista apaixonado pelos recantos idílicos da natureza inicia a sua viagem lírica, começa a sentir que os homens são criaturas sem entranhas, terríveis criaturas sem amor ao que deviam amar, sem cuidado pelo que deviam cuidar.
Porque, mal me pus a andar pelas terras que circundam a lagoa, o que vi não é para que se conte.
Há quem diga e afirme que o brasileiro não gosta da natureza. Que todos somos inimigos das árvores, dos rios, da terra. E há a teoria de que o pavor da floresta nos transformara em citadinos, em derrubadores de matas, queimadores de terras. Mas esta teoria não corresponde à realidade, se nos voltarmos para os bosques e jardins de outrora que por toda a parte alegravam as nossas cidades.
Aqui no Rio de tempos para cá, deu nos homens de Governo uma verdadeira doença que é este desprezo e quase ódio pelos nossos recantos da natureza.
Há o caso das matas da Tijuca para uma exceção honrosa. Mas, por outro lado, há este caso da Lagoa Rodrigo de Freitas, como um crime monstruoso. Porque tudo que é erros e mais erros foram cometidos em relação à paisagem deste maravilhoso pedaço de nossa cidade.
Isto de se conduzir o lixo do Rio para aterrar trechos e trechos de uma massa líquida que é um regalo para os olhos, não merece nem um comentário, pela estupidez, pela lamentável grosseria de homens que não respeitam nada.
E feito isto não há quem possa se aproximar da lagoa Rodrigo de Freitas. Lá estão os bichos podres, uma fedentina horrível a atrair urubus como numa "sapucaia". E o que podia ser uma atração para os que pretendessem repousar, é aquilo que nos envergonha e nos dói.
O Sr. Hildebrando de Góis, que saneou a "Baixada Fluminense", se quiser encontrar o que sanear, que faça este passeio a que o modesto cronista se arriscou, por entre lixos, com urubus quase a roçarem-lhe o rosto.
Onde estão as borboletas azuis do poeta Casimiro?
José Lins do Rego
A alegria das borboletas
Linda manhã de sol!... Luz brisa suave ...
As flores despertam tranqüilas aromatizadas.
Copos de leite, lírios, agapantos,
Os roseirais estão coloridos e orvalhados,
Alentadas iniciam o dia brejeiras.
O jardim envaidecido exibe toda a sua beleza!
Das flores o contentamento, das folhas a inocência.
Os bem-te-vis seus trinar se ouve ao longe...
Colibris e borboletas estão a louvar a natureza!
Borboletas matizadas e coloridas voejam,
Tocando as flores de quando em vez...
Os raios de sol nas gramíneas,
Formam-se belos arabescos.
Laços de amor, trevinhos, onze horas já é flor!
O jasmineiro está florido suave aroma exala.
Duendes dançam, fadinhas esvoaçam,
Libélulas voejam delicadamente.
As borboletas entrelaçam-se a beijar os
Lirios e jasmins, com a energia transcendente do amor...
Meio-dia sol a pino é hora de relaxar...
Borboletas azuis voam livres em direção
Ao bosque para descansar...
Vera Lúcia de Oliveira
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