quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
SOBRE CÃES E BORBOLETAS
"Há pessoas que apresentam como defesa um cão negro adormecido ao lado, ou uma borboleta pousada no ombro.
E não nos aproximamos.
Ficamos com medo de acordar o cão, ou com pena de espantar a borboleta.
E continuamos afastados, apenas observando de longe...
Mas a vontade é de chegar perto, falar, perguntar, tocar na pele, conviver!
E até mesmo ter que desviver depois de ter vivido o âmago do sublime segredo.
Falta-nos coragem por causa do cão, ou sobra-nos sentimentalismo pela borboleta.
Mais fácil seria as pessoas deixarem em casa seus cães e suas borboletas."
João Carlos Pecci
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
domingo, 15 de novembro de 2009
sábado, 7 de novembro de 2009
A vida é mais doce quando...
A gente ganha um selinho carinhoso como esse:
Presentinho carinhoso da amiga Rosi do Blog butterflyalquimista
Presentinho carinhoso da amiga Rosi do Blog butterflyalquimista
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
O caçador de borboletas
Vladimir recebeu muitas prendas no Natal, entre livros, discos, legos, jogos de computador, mas gostou sobretudo do equipamento para caçar borboletas. O equipamento incluía uma rede, um frasco de vidro, algodão, éter, uma caixa de madeira com o fundo de cortiça, e alfinetes coloridos. O pai explicou-lhe que a caixa servia para guardar as borboletas. Matam-se as borboletas com o éter, espetam-se na cortiça, de asas estacadas, e dessa forma, mesmo mortas, elas duram muito tempo. É assim que fazem os coleccionadores.
Aquilo deixou-o entusiasmado. Ele gostava de insectos mas não sabia que era possível coleccioná-los, como quem colecciona selos, conchas ou postais, talvez até trocar exemplares repetidos com os amigos.
Nessa mesma tarde saiu para caçar borboletas. Foi para o matagal junto ao rio, atrás de casa, um lugar onde se juntavam insectos de todo o tipo. Já tinha apanhado cinco borboletas que guardara dentro do frasco de vidro, quando ouviu alguém cantar com uma voz de algodão doce – uma voz tão doce e tão macia que ele julgou que sonhava. Espreitou e viu uma linda borboleta, linda como um arco-íris, mas ainda mais colorida e luminosa. Sentiu o que deve sentir em momentos assim todo o caçador: sentiu que o ar lhe faltava, sentiu que as mãos lhe tremiam, sentiu uma espécie de alegria muito grande. Lançou a rede e viu a borboleta soltar-se num voo curto e depois debater-se, já presa, nas malhas de nylon. Passou a para o frasco e ficou um longo momento a olhar para ela.
— Agora és minha – disse-lhe. — Toda a tua beleza me pertence.
A borboleta agitou as asas muito levemente e ele ouviu a mesma voz que há instantes o encantara:
— Isso não é possível – era a borboleta que falava. — Sabes como surgiram as borboletas? Foi há muito, muito tempo, na Índia. Vivia ali um homem sábio e bom, chamado Buda…
Vladimir esfregou os olhos:
— Meu Deus! Estou a sonhar?
A borboleta riu-se:
— Isso não tem importância. Ouve a minha história. Buda, o tal homem sábio e bom, achou que faltava alegria ao ar. Então colheu uma mão cheia de flores e lançou-as ao vento e disse: “Voem!” E foi assim que surgiram as primeiras borboletas. A beleza das borboletas é para ser vista no ar, entendes? É uma beleza para ser voada.
— Não! – disse Vladimir abanando a cabeça. — Eu sou um caçador de borboletas. As borboletas nascem, voam e morrem e se não forem coleccionadores como eu, desaparecem para sempre.
A borboleta riu-se de novo (um riso calmo, como um regato correndo, não era um riso de troça):
— Estás enganado. Há certas coisas que não se podem guardar. Por exemplo, não podes guardar a luz do luar, ou a brisa perfumada de um pomar de macieiras. Não podes guardar as estrelas dentro de uma caixa. No entanto podes coleccionar estrelas. Escolhe uma quando a noite chegar. Será tua. Mas deixa-a guardada na noite. É ali o lugar dela.
V
ladimir começava a achar que ela tinha razão.
— Se eu te libertar agora – perguntou – tu serás minha?
A borboleta fechou e abriu as asas iluminando o frasco com uma luz de todas as cores.
— Já sou tua – disse – e tu já és meu. Sabes? Eu colecciono caçadores de borboletas.
Vladimir regressou a casa alegre como um pássaro. O pai quis saber se ele tinha feito uma boa caçada. O menino mostrou-lhe com orgulho o frasco vazio:
— Muito boa – disse. — Estás a ver? Deixei fugir a borboleta mais bela do mundo.
José Eduardo Agualusa
O grilo e a borboleta
Num lugar escondidinho de um lindo e verdejante campo, havia um buraco fundo e escuro. Ali estava um grilo todo durinho por causa do frio que fazia onde ele estava, lá embaixo na terra.
Certa manhã, quando o calor do verão chegou e um fiozinho de raio de sol desceu até sua toca, o grilo esticou-se todo e começou a subir pelo buraco, até lá em cima, onde, no mundo quente do verão, ouviam-se muitos sons, assobios e cantos diferentes. Com isso, as asinhas duras do grilo começaram a coçar, fazendo soar o seu “cri-cri”. Primeiro devagarzinho e suavemente, depois cada vez mais rápido e forte. Seu “cri-cri” podia ser ouvido pelo campo florido afora!
Entre lindas flores voavam abelhas, marimbondos e belas borboletas. O zunzum das abelhas era suave e delicado, ao passo que o dos marimbondos era bem mais pesado. Só as borboletas flutuavam silenciosa e suavemente pelo ar, tal como as nuvenzinhas pairavam fofas e brancas no céu, parecendo carneirinhos.
Quando a mais bela borboleta de todas voou ao redor de uma flor para beber seu néctar, o grilo assombrou-se ao ver esta festa de asas coloridas bem acima dele e pensou:
- Esta deve fazer uma música maravilhosa. Gostaria de ouvi-la.
E, adiantando-se para mais perto da linda borboleta, disse:
- Oi, você aí! Toque um pouco a sua música! Você flutua para cá e olha dentro de todas as flores, mas eu não consigo ouvir nada! Nenhum som, nenhuma música sai de suas lindas asas!
A borboleta ficou procurando de onde vinha aquela vozinha e, quando olhou por cima da borda da pétala de flor, viu um grilo todo escurinho, quase preto, lá em baixo na terra, e respondeu:
- Meu trabalho é cumprimentar todas as flores. Toque você, pois minhas asas gostariam de dançar com a sua música!
O grilo, ouvindo esse elogio de tão bela criatura, ficou todo contente e recomeçou a cricrilar com toda a força de suas asas curtas e duras, para que a borboleta levantasse um vôo de belas e alegres cores campo afora.
Mas o grilo, em seu contentamento, não percebeu que o sol começara a se deitar e continuou tocando até anoitecer. Quando finalmente a suave luz das estrelas o alcançou, ele dobrou devagarzinho e direitinho as suas asinhas sobre as costas e sumiu.
Quando chegou lá no fundo da terra, se acomodou bem gostosinho em sua toca e murmurou para si mesmo:
- É bom que nós, os grilos violinistas, façamos as estrelas aparecerem com nossa música. Senão, as noites passariam pela terra na mais negra escuridão! Música de grilo é música boa! Música de grilo é música das estrelas!
( Desconheço o autor)
O caçador de borboletas
Sorridente, ao nascer do dia,
ele sai de casa com a sua rede.
Vai caçar borboletas, mas fica preso
à frescura do rio que lhe mata a sede
ou ao encanto das flores do prado.
Vê tanta beleza à sua volta
que esquece a rede em qualquer lado
e antes de caçar já foi caçado.
À noite, regressa a casa cansado
e estranhamente feliz
porque a sua caixa está vazia,
mas diz sempre, suspirando:
Que grande caçada e que belo dia!
Antes de entrar, limpa as botas
num tapete de compridos pêlos
e sacode, distraído,
as muitas borboletas de mil cores
que lhe pousaram nos ombros, nos cabelos.
Álvaro Magalhães
História do Cavalo e da Borboleta...
Era uma vez um cavalo que passava os seus dias a tirar água da nora, carregando os seus pesados arreios. Havia uma borboleta que o amava e todos os dias o visitava e poisando nos seus arreios lhe dar um beijo de bom dia. No entanto, o cavalo gritava sempre:
- Sai daí esse é o lado mais pesado! Fazes sempre tudo errado! Desaparece! E dava um coice na borboleta, que partia magoada e triste.
Mas no dia seguinte ela voltava e cuidadosa poisava no lado contrário ao do dia anterior para dar o seu beijo de bom dia ao cavalo. Mas logo ele lhe gritava de novo:
- Sai, só fazes asneiras estou magoado desse lado! Todos os dias a mesma coisa! Será que não fazes nunca nada certo? Desaparece! E dava um forte coice na borboleta.
Esta cena repetia-se todos os dias... e todos os dias a borboleta que tinha resolvido mudar e ser mais atenta para não magoar mais o cavalo, ao tentar aproximar-se dele levava fortes coices pois os seus erros nunca eram compreendidos.
A pobre borboleta, cada dia mais magoada, via que o Amor que sentia pelo cavalo não era correspondido, mas procurava, pelo menos a sua amizade. Todos os dias a sua recompensa era um coice cada vez mais forte.
Um dia a borboleta desapareceu. O cavalo, no primeiro dia, pensou:
- Finalmente consegui afastar aquela borboleta que faz tudo errado... felizmente... ela não presta mesmo.
No entanto passou o resto do dia a pensar na borboleta. Até que passados uns dias resolveu ir procurá-la. Caminhou pela floresta e perguntava aos outros animais se tinham visto a borboleta, mas ninguém sabia dela, até que encontrou o coelhinho e perguntou:
- Coelhinho, tens visto aquela borboleta que me visitava todos os dias?
- Qual aquela a quem davas coices todos os dias? Aquela a quem julgavas e dizias que não fazia nada de bom? - perguntou o coelhinho.
- Sim, essa mesmo - respondeu o cavalo - nunca mais a vi!
Pois cavalo – respondeu o coelhinho – a borboleta morreu, magoada com tanto coice que lhe deste, ferida no corpo e na alma porque por mais que se esforçasse e tentasse fazer o que tu querias, mudar por ela e por ti, tu sempre a repeliste. Não a compreendeste, não reconheceste o seu Amor verdadeiro, não acreditaste na sua mudança e mesmo quando ela desejava só a tua amizade, conformada por não conseguir conquistar o teu Amor, sempre lhe respondeste com um coice. Agora vens procurá-la mais ela morreu, magoada com os teus coices.
O cavalo partiu, triste, pensando que a Amizade é algo que não se deve recusar nunca. Talvez nunca mais na vida encontrasse alguém que o amasse tanto... que quisesse tão desinteressadamente ser seu amigo. O cavalo aprendeu que devemos dar oportunidade aos outros, várias oportunidades até porque ninguém é totalmente mau, e todos merecem ter oportunidade de mostrar que cometeram erros mas aprenderam com eles e mudaram.
O cavalo mudou... mas a borboleta essa não teve oportunidade de lhe mostrar a sua mudança porque ele nunca lha deu.
O Jabuti e a borboleta
Certa vez um jabuti viu-se apaixonado por uma borboleta.
Como é comum dos jabutis, esse também era antigo e arrancando-se da covardia colecionada durantes algumas décadas, obrigou-se a dizer de seus sentimentos à pequena borboleta pois, como é comum nas borboletas, logo seria tarde demais .
- Olá. Sei que pode parecer loucura, mas alguma coisa em tuas cores, na maneira voas me faz querer-te muito, mesmo sabendo que de nada adiantam essas palavras, pois logo tornar-te -as um defunto.
- Mas por que então te encantas comigo que sou tão pequena e de uma existência tão curta? Por que não te encantas com uma outra de tua espécie?
- Nós somos animais presos à terra, enquanto está em teu poder voar, ver o mundo, mesmo que por tão pouco tempo, de uma forma que eu já mais veria.
- Tens certeza que é a mim que queres? Ou queres a possibilidade de vôo.
- Não! Penso que é algo em suas cores.
- E desde quando os de tua espécie são dotados de não cores?
- Mas é você quem me encanta.
- Te encanto eu, ou a possibilidade nula de um amor real? Eu, ou a certeza de não mais que esse agora?
- Você!
- Pense. E se fosse eu, ainda que eu por dentro, e ainda assim fosse uma de tua espécie, cheia de possibilidade de vida, cheia de chances de estar ao teu lado para alem de agora. Ainda assim me amarias?
- ...
- Você ama a mim ou ao impossível entre nós?
Desconheço o autor
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
As borboletas batem as asas livremente, mesmo que saibam dos terremotos no Japão. As borboletas batem as asas porque não sabem o que poderia ser pior do que um terremoto no Japão. Nem querem descobrir. Dentro dos casulos, alimentando as mutações que as libertam, as larvas sonham com o vento nas árvores, a migração dos povos e dos gafanhotos.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Dança das borboletas
Grande festa da primavera
Pequenos pedaços do arco-íris: borboletas
Delicadas e coloridas ,dançam
Extraindo o néctar das flores
Um minueto elegante e gracioso
Minueto de Boccherini
Dança de passos miúdos
Delicadas, encantadoras e efêmeras
luzes aladas voando de flor em flor
Papillon, butterfly,farfalla , borboleta.
By Nana Pereira
Pequenos pedaços do arco-íris: borboletas
Delicadas e coloridas ,dançam
Extraindo o néctar das flores
Um minueto elegante e gracioso
Minueto de Boccherini
Dança de passos miúdos
Delicadas, encantadoras e efêmeras
luzes aladas voando de flor em flor
Papillon, butterfly,farfalla , borboleta.
By Nana Pereira
Bonjour primtemps
terça-feira, 22 de setembro de 2009
"É primavera!"
Quando na Primavera as borboletas esvoaçam,
Eu me lembro de você e de uma Primavera qualquer
Distanciada no tempo...
Havia uma relva verde
E de verde relva seu rosto rosa
Brotava lânguido ao Sol
E eu o contemplava
De tudo esquecido...
Então, uma grande borboleta pousou
Em sua face e, como tomado de
Um encantamento fantástico,
Seu corpo seguiu-a...
E na relva verde só restou o espaço vazio
Do lugar onde brotava o seu rosto!
Neste espaço, sepultei meu amor maravilhado
E hoje sou outro quando contemplo a rosa...
Por isso, quando chega a Primavera
As borboletas agitam-me na lembrança
Saudades quase esquecidas...
Osmair Zanardi - Poeta Aracatubense
Primavera
Meu Deus! Que festa!
Os pássaros gorjeando,
As borboletas em bando,
Que alegria será esta?
--- É a primavera que está voltando :
Com um colorido mais lindo,
De belas flores se abrindo,
E o seu perfume exalando.
Ao vê-las, fico sorrindo,
O inverno vai se despedindo,
Dando á ela seu lugar.
A juventude, primavera da vida,
Essa fase tão querida,
Passa, nunca mais torna a voltar!...
Hilda Persiani
A Borboleta
Oh borboleta tão bela,
do teu voo se não adivinha,
o porvir da tua fofa cela!
Vem mostrar tua beleza,
nascida da metamorfose,
onde o amor é realeza!
Ultrapassas o teu tormento,
num segundo da tua vida,
na eternidade reflectida,
no sopro desse momento!
E a vida se renova no tempo,
no tempo que o tempo tem,
na alegria sem contratempo,
porque o futuro é um bem!
Ricky
domingo, 20 de setembro de 2009
Asas
Quero asas de borboleta azul
para que eu encontre
o caminho do vento
o caminho da noite
a janela do tempo
o caminho de mim
Roseana Murray
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Casulo
terça-feira, 1 de setembro de 2009
terça-feira, 18 de agosto de 2009
A vida precisa do vazio:
a lagarta dorme num vazio chamado casulo
até se transformar em borboleta.
A música precisa de um vazio chamado silêncio para ser ouvida.
Um poema precisa do vazio da folha de papel em branco para ser escrito.
E as pessoas, para serem belas e amadas,
precisam ter um vazio dentro delas.
A maioria acha o contrário;
pensa que o bom é ser cheio.
Essas são as pessoas que se acham cheias de verdades e sabedoria
e falam sem parar.
São umas chatas quando não são autoritárias.
Bonitas são as pessoas que falam pouco e sabem escutar.
A essas pessoas é fácil amar.
Elas estão cheias de vazio.
E é no vazio da distância que vive a saudade...
Rubem Alves
terça-feira, 4 de agosto de 2009
A incapacidade de ser verdadeiro
Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
- Não há nada a fazer. Este menino é mesmo um caso de poesia.
Carlos Drummond de Andrade
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Borboletas são livres
Borboletas são livres.
Minha alma também.
Anseio liberdade, beleza e amor
paixão, ar, calor.
Preciso criar.
Voar.
Sentir o vento nos cabelos,
mas os pés no chão.
Quero abraço,
mas quero espaço.
Mulher borboleta,
pequenina e voraz,
tem um vôo que seduz.
Uma beleza que satisfaz.
Precisa de arte.
Que o coração dispare.
Que a saudade mate.
Não a prenda.
Traga flores para que venha.
Ela não é para qualquer um.
Tranque-a e ela morre.
Sopre-a no vento...
Que ela vai.
Mas espere,
pois ela volta.
(Carolina Salcides)
sexta-feira, 5 de junho de 2009
O encanto de uma borboleta
Abre as asas, dá-me as tuas asas, entrego-te meu corpo. Leva-me junto as flores.
De beijo em beijo, sinto o polén, rendo-me ao perfume de uma flor que se abre ao mundo. Vem borboleta, abraça-me, cobre-me com as cores do mundo, esse manto de várias cores. Esse olhar que adormece no sorriso das flores.
Vem borboleta, fica nos jardins da minha vida. Escreve a delicia do teu olhar nas plantas que te esperam.
Abre as asas, dá-me um beijo antes de dormir.
E.j.Carvalhais
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Espírito e borboleta
Coloridas e diurnas, as borboletas prenunciam acontecimentos alegres, ao contrário de suas irmãs mariposas, quase sempre negras e noturnas, que noticiam a infelicidade. No imaginário humano, porém, ambas estão relacionadas à alma.Na cultura greco-romana, assim como na egípcia, acreditava-se que a alma deixava o corpo em forma de borboleta. A palavra psique, em grego, quer dizer ao mesmo tempo espírito e borboleta. Nos afrescos de Pompéia, a psique é representada por uma criança com asas de borboleta.
Para a civilização asteca, ela era o sopro vital que saía pela boca do morto, além de estar associada a uma divindade (Itzpapalotl, cruzamento de uma mulher com uma borboleta). Esse simbolismo está relacionado à sua metamorfose, que, metaforicamente, expressa a saída do túmulo (casulo) para o renascimento. Essa associação de seu ciclo vital – a passagem do mundo dos mortos para o dos vivos-, também é utilizada na cultura oriental. No Japão, borboletas são espíritos viajantes; o seu surgimento anuncia uma visita ou a morte de um parente. Por outro lado, duas borboletas juntas querem dizer felicidade conjugal. No Vietnã, sua presença exprime longa vida, mas, nesse caso, é devido a uma coincidência fonética: duas palavras com pronúncia semelhante significam "borboleta" e "longevidade".
Alma
Em grego antigo Borboleta diz-se Psyché, ou seja, alma.
Por sair do casulo ao nascer, a borboleta é símbolo da alma imortal, representa auto-transformação, clareza mental, novas etapas e liberdade!
Para os chineses e japoneses, as borboletas junto às flores era sinônimo de felicidade. E duas borboletas juntas dão um belo casamento lindo e feliz.
A borboleta
Trazendo uma borboleta,
Volta Alfredo para casa.
Como é linda! é toda preta,
Com listas douradas na asa.
Tonta, nas mãos de criança,
Batendo as asas, num susto,
Quer fugir, porfia, cansa,
E treme, e respira a custo.
Contente, o menino grita:
"É a primeira que apanho,
Mamãe!vê como é bonita!
Que cores e que tamanho!
Como voava no mato!
Vou sem demora pregá-la
Por baixo do meu retrato,
Numa parede da sala."
Mas a mamãe, com carinho,
Lhe diz: "Que mal te fazia,
Meu filho, esse animazinho,
Que livre e alegre vivia?
Solta essa pobre coitada!
Larga-lhe as asas, Alfredo!
Vê como treme assustada...
Vê como treme de medo...
Para sem pena espetá-la
Numa parede, menino,
É necessário matá-la:
Queres ser um assassino?"
Pensa Alfredo... E, de repente,
Solta a borboleta... E ela
Abre as asas livremente,
E foge pela janela.
"Assim, meu filho! perdeste
A borboleta dourada,
Porém na estima crescente
De tua mãe adorada...
Que cada um cumpra a sorte
Das mãos de Deus recebida:
Pois só pode dar a Morte
Aquele que dá a Vida."
Olavo Bilac
Borboletas amarelas
Borboletas amarelas, clarinhas,
Entre as plantas do quintal
Vivem, voam em sua pequenez.
Amarelas, simples e belas, as borboletas.
Voam alto, voam baixo, rasteirinho
Beira chão, plantas verdes. Várias.
Borboletas livres, borboleteando no espaço
Seu vaivém de borboletices.
Lá em cima o azul do céu,
Sobre o quintal cheio de plantas
As borboletas amarelas voam.
Da janela, inferior que elas,
Mais que tudo neste mundo
Eu só queria-lhes a breve vida.
(Assim era eu há 20 anos)
Maurício Apolinário
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Dança das borboletas
Grande festa da primavera
Pequenos pedaços do arco-íris: borboletas
Delicadas e coloridas ,dançam
Extraindo o néctar das flores
Um minueto elegante e gracioso
Minueto de Boccherini
Dança de passos miúdos
Delicadas, encantadoras e efêmeras
luzes aladas voando de flor em flor
Papillon, butterfly,farfalla , borboleta.
By Nana Pereira
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Tudo passa
sábado, 11 de abril de 2009
terça-feira, 31 de março de 2009
A Borboleta Azul
Havia um viúvo que morava com suas duas filhas curiosas e inteligentes.
As meninas sempre faziam muitas perguntas. Algumas ele sabia responder, outras não.
Como pretendia oferecer a elas a melhor educação, mandou-as para passar as férias com um sábio que morava no alto de uma colina.
O sábio sempre respondia todas as perguntas sem hesitar.
Impacientes com o sábio, as meninas resolveram inventar uma pergunta que ele não saberia responder.
Então, uma delas apareceu com uma linda borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio.
- O que você vai fazer? - perguntou a irmã.
Vou esconder a borboleta em minhas mãos e perguntar se ela está viva ou morta.
Se ele disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e deixá-la voar. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la e esmagá-la.
E assim qualquer resposta que o sábio nos der estará errada!
As duas meninas foram então ao encontro do sábio, que estava meditando.
- Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me sábio, ela está viva ou morta? Calmamente o sábio sorriu e respondeu:
- Depende de você... ela está em suas mãos.
(AD)
sexta-feira, 13 de março de 2009
Passa Uma Borboleta
Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move, o perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor.
(Fernando Pessoa)
segunda-feira, 2 de março de 2009
borboleta do manacá
Com o nome científico de Methona themisto esta borboleta vive em função do manacá pois suas folhas são o único alimento de suas lagartas.
Com 80 mm de envergadura, tem asas transparentes, o que lhe facilita a fuga em vôo, pois seus predadores têm dificuldade em visualizá-la. Pode voar grandes distâncias e agrupa-se a outras populações da espécie.
O macho permanece próximo ao manacá, atento às jovens fêmeas. O acasalamento nesta espécie é brutal: durante o vôo, o macho segura a fêmea até que ela cai ao solo, onde se realiza a cópula.
A postura dos ovos é no próprio pé de manacá e eclode em menos de 30 dias. A crisálida, amarela manchada de preto, é encontrada sob as folhas da árvore ou nas imediações dela.
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